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Tudo que você precisa saber sobre gestão de estacionamentos

Entrevista com o Especialista – Marco Andrade

Leia a entrevista com o Gerente de Operações Indigo, Marco Andrade, sobre a sua experiência atuando em ações de inclusão nos estacionamentos tanto para melhorar a mobilidade e acesso aos clientes com deficiência quanto na inclusão de funcionários PCD. 

Este ano, completa 20 anos da lei 10.098, Art 70, responsável por prever que em todas as áreas de estacionamento de veículos, localizados em vias ou em espaços públicos reservem 2% do total das vagas, que devem ser próximas aos acessos de circulação de pedestres para veículos que transportem pessoas com deficiência ou dificuldade de locomoção. Como você enxerga a importância dessa lei para as pessoas com deficiência? 

Marco Andrade: Anteriormente, havia uma visão diferente sobre o PCD, e ao estudar e conversar com essas pessoas, podemos aprender muito sobre o assunto e entender o quanto essas vagas são necessárias. E não apenas as vagas em si, mas também o espaço para locomoção no entorno precisa ser pensado para atender esse perfil de cliente. 

Se a mobilidade para as pessoas com deficiência ou mesmo para os idosos é mais complicada, nós precisamos facilitá-la, pois viver a cidade é um direito de todos. Por isso, trabalhamos para garantir que essa lei seja respeitada e as vagas sejam utilizadas por quem realmente necessita.

Com relação ao desafio citado, de manter as vagas sendo utilizadas por quem realmente precisa, nós sabemos que você teve uma ideia criativa para lidar com a situação. Conta pra gente!

Marco Andrade: Depois de vivenciar a dificuldade de supervisionar vagas preferenciais, que geralmente eram desrespeitadas, pensei que se contratássemos funcionários idosos e com deficiência para o controle dessas vagas específicas seria mais fácil dos usuários do estacionamento se sensibilizarem a não utilizar as vagas preferenciais sem necessidade.

Embora essa medida parecesse um pouco ousada no momento, funcionou perfeitamente, pois ao colocarmos defensores da causa que realmente viviam na pele aquelas necessidades, o público geral passou a respeitar mais o espaço. Os clientes, para os quais aquelas vagas eram destinadas, e que geralmente eram visitantes recorrentes, também passaram a ficar mais satisfeitos com o serviço oferecido.  

Para você, qual é o impacto de ter uma equipe plural nas operações? 

M.A. Nas equipes que atuo hoje, não existe nenhum paradigma capacitista*, e além do respeito, enxergamos que os colaboradores com deficiência são tão possibilitados de realizar trabalhos de gestão como todos os outros. Faço questão de trabalhar com PCDs em cargos de liderança, pois sabemos que eles não são limitados, podendo realizar um serviço de excelência e trazer um novo olhar para o nosso cotidiano.

Você tem algum exemplo de profissional PCD que se destaca/destacou em posições de liderança?

M.A. Temos um exemplo incrível no Boulevard Vitória da Conquista, onde o fato de ser PCD não teve interferência alguma para o seu desenvolvimento profissional e de liderança. Quando realizamos a implantação do Shopping Conquista Sul, mesclamos a equipe já experiente do Boulevard Vitória da Conquista para esse novo desafio, abrindo assim a vaga de supervisão na unidade, que optamos por preencher com uma promoção interna que nos enche de orgulho. O colaborador Edmilson de Jesus Santos, já aprovado no PDL (Plano de Desenvolvimento de Lideranças) e com extrema dedicação no seu ambiente de trabalho, foi selecionado para essa posição e com certeza pode servir de exemplo para nossas operações pelo Brasil. Fico muito feliz em ter participado de seu treinamento na função, mesmo que por pouco tempo, e fico admirado com a garra desse colaborador.

Assim como essa, temos outras ótimas histórias e vários multiplicadores do Jeito Indigo de Ser, com uma boa mensagem de igualdade.

 

Quer saber mais sobre a lei para a destinação de vagas para pessoas com deficiência?  << clique aqui >>

*O termo capacitismo é usado para descrever a discriminação, preconceitos e opressão contra pessoas com deficiência físico-motora, visual, auditiva, intelectual, de aprendizagem, condições do espectro autista, colostomia, entre outras, advindos da noção de que pessoas com deficiência são inferiores às pessoas sem deficiência. Inclui, desta forma, tanto a opressão ativa e deliberada (insultos, considerações negativas, arquitetura inacessível) quanto a opressão passiva (como reservar às pessoas com deficiência tratamento de pena, de inferioridade/subalternidade).