Leia a entrevista com o Gestor de CSR do Grupo Indigo, Raphaël Senicourt. Ele fala dos desafios na área de Responsabilidade Social e Ambiental e do impacto do seu trabalho para o grupo, a sociedade e sua construção pessoal. 

1– Raphael, sabemos que você antes de ingressar na plataforma de Comunicação, atuava no departamento jurídico. Você pode nos contar um pouco sobre a sua trajetória profissional no Grupo? 

Ingressei na companhia em 2013, no Departamento Técnico, para trabalhar na regulamentação dos estacionamentos, como a qualidade do ar, a vigilância por vídeo, a acessibilidade para pessoas com deficiência e os relatórios ambientais. Neste período, também recolhia os dados ambientais dos outros países e os enviava para a VINCI, a antiga empresa-mãe da Indigo. 

Quando a VINCI vendeu a Indigo, precisamos criar o nosso próprio relatório de Responsabilidade Social e Ambiental na França e acabei assumindo a responsabilidade. A partir de 2018, este documento se tornou obrigatório para todos os países do Grupo Indigo e com requisitos muito mais rigorosos. Por conseguinte, me juntei ao Departamento Jurídico, a fim de preparar o melhor relato sobre as nossas obrigações regulamentares. 

Em 2019 e 2020, trabalhei em conjunto com o Departamento de Comunicações para divulgar as nossas ações de Responsabilidade Social e Ambiental, algo que antes não era feito. Por fim, foi natural a minha integração ao Departamento de Comunicação no início de 2021, que passou a ser Comunicação e Responsabilidade Social.

 

2 – E quanto a construção da brochura, infográfico e demais materiais de CSR, como você busca as informações com os outros países para produzir esse material? Qual a dinâmica para a produção dele? 

Em cada país tenho “correspondentes”, principalmente no Departamento de Recursos Humanos, para aspectos sociais, e no Departamento Financeiro, para o meio ambiente – muitos dados são calculados a partir da contabilidade. Neste ano, foi a Luana Herman, Gestora de Recursos Humanos, que supervisionou os relatórios do Brasil, portanto um muito obrigado a ela e a todos aqueles que a ajudaram! 

Após receber os dados dos demais países, verifico alguns dos cálculos e a coerência com os dados dos anos anteriores. Por fim, cálculo todos os dados para estabelecer indicadores a nível do Grupo. 

 

3 – Como você percebe o impacto do seu trabalho para o grupo? Considerando que o grupo prioriza ter essa auditoria interna sobre os programas dentro da plataforma de comunicação? 

A Responsabilidade Social e Ambiental (CSR) é cada vez mais importante para todas as partes interessadas, tanto a nível interno como externo. A nível interno, os nossos funcionários estão cada vez mais preocupados com as questões ambientais e o aquecimento global. A nível externo, os nossos clientes, usuários de estacionamento, interessados em se juntar a nossa equipe, e em última análise, uma grande parte da sociedade e dos países, que estão preocupados com as alterações climáticas e com as ações de CSR das grandes empresas.

Na nossa Declaração de Desempenho Não Financeiro (NFPS), explicamos com grande detalhe como estamos abordando as nossas principais questões de CSR, como índice de acidentes, retenção de talentos, formação ou nossas emissões de CO2. 

O NFPS é mais lido pelos nossos acionistas e investidores. É um documento regulamentado, nem sempre fácil de ler. Os dados recolhidos no NFPS são utilizados para alimentar a brochura de Desenvolvimento Sustentável, elaborada em conjunto com a plataforma de comunicação, que destina o material a um público mais abrangente. 

Desta forma, respondemos à maioria das questões de CSR que as nossas partes interessadas internas e externas possam ter!

 

4 – E ao trabalhar com CSR no grupo Indigo, o que você considera como os maiores desafios?  

Na verdade, vejo dois desafios principais.

Em primeiro lugar, um desafio que começou na Europa: as grandes cidades estão restringindo o tráfego de automóveis, e isto pode impactar no negócio de estacionamentos. Esta é uma das razões pelas quais decidimos lançar um negócio de modais de mobilidade individual leve (como Indigo Weel, por exemplo, e o aluguel de bicicletas ou scooters elétricas).

Por outro lado, os regulamentos dos países estão evoluindo no sentido de um número cada vez maior de relatórios de Responsabilidade Social e Ambiental. A Europa está trabalhando para que grandes empresas como a nossa deem mais importância sobre as nossas ações e compromissos em termos de luta contra o aquecimento global. Dentro do departamento de Comunicação e CSR, já estamos trabalhando neste assunto porque o nosso objetivo é a neutralidade de carbono até 2025 para as emissões de CO2 que podemos controlar.

 

5- Hoje, como você enxerga que essa experiência impacta, não só profissionalmente, mas também pessoalmente?

Há anos dou aulas voluntárias de inglês e faço leitura de histórias para crianças no estágio de educação infantil.
Também educo meus filhos com os valores do Respeito, Responsabilidade e Solidariedade. E o que ainda lastimo é desigualdade entre homens e mulheres. Claro que somos diferentes, mas nada nos impede de fazer os mesmos trabalhos com a mesma paixão e o mesmo desempenho! E para o mesmo trabalho, salário igual, promoção igual, formação igual, sem discriminação. Portanto, o meu trabalho como Gestor de CSR me atende muito bem, me encanto com os desafios e busco dar o meu toque pessoal!